Treme os ângulos,
abala edifícios,
era a voz da cidade.
Passos sorrateiros,
a morte do tempo,
o lanche engordurado.
A antena dos sinais,
os sinais nas mãos
de todos e
todos exalando
sinais.
Cíclico.
A mesma viela,
as mesmas faces,
o dia dia.
Do outro lado,
só as cores dos ônibus
mudam.
Permanência e unicidade.
O detalhe da cara humana
no atravessar da rua.
E nunca mais.
O fim da tarde,
o trânsito,
flanelas no pára-brisa
dos cavalos de rodas.
História,
poemas,
tudo permeia
a mente estática de um
paulistano.
A voz das construções,
a britadeira,
o trabalho
tudo vinha de dentro.
A cidade gritava no abrir
do semáforo e nas veias
do homem urbano.
Lucas G.