terça-feira, 30 de junho de 2009

Dito - sem palavras

E assim disse – sem rodeios.
Cravando no silêncio daqueles dois corpos,
Uma negação.
Com silhuetas daquelas palavras já tão afirmadas.
Aquelas do começo.

Os pés chafurdados em terra,
Margeando o limiar de um barranco,
- Minha clivagem mal resolvida,
Uma dança rarefeita,
Dos sem timbres.
Dança rouca e
nua.
Ritmada, mas sem o sabor daqueles sustenidos.

À frente aquela reconfortante porta aberta,
De todos os dias,
A maçaneta com apenas um parafuso,
A madeira, já com farpas,
O barulho conhecido
E a porta nunca fechada.

O humano teme.
O humano chora.
Ele nega, não adentra, muito menos, pula.

Ao barro, fincou-se. De tal forma,
Que o esbofeteio, de certo, seria pior.
E foi...
Veio com a força daquilo mais sonhado,
Com a incredulidade de uma atitude leviana.
Um cuspir gélido na cara daquele que errou em querer acreditar.

Uma porta aberta nas antigas
- Aquela lembrança que não pode sair do retrato;
Um pulo evitado às cegas;
- Seu choro e minha inanição.
Meus desejos, sua completude.
Uma fissura e seu sexo.
Meus orgasmos, seus pudores.

Lucas G.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Apenas um alguém que se utiliza diariamente do veneno que mais teme: as palavras.

domingo, 7 de junho de 2009

Apenas começos


Uma vida de começos, mas longe dos finais. Nunca um final. Conclusões obscuras e salobras, encaradas, aos outros, como um ponto daqueles que se quebra o grafite.
Nem vivido ainda tinha, esperava, não tinha medo do tempo. Aos outros, o peso e a definição em todo o momento. Mas não era os outros e, talvez, fosse isso que o transtornasse.
Suas diferenças, seus anseios, sua forma de olhar, seu olho, sua voz, por que não uma simples analogia? Uma. Apenas uma.
Por muito achou ter encontrado alguém com aquela tonalidade, com sua mesma forma de olhar, de levantar da cama, de estralar seus dedos. Mas era só mais um começo sem final algum.
Em todos esses finais entendidos abruptos pelo menino, o tempo era sacado do bolso e armado como maior desculpa, como refúgio e solução. Não podia dizer, não conseguia uma palavra soletrar nesses instantes. Quieto, desaparecia. Simples, à francesa e só.
Dentro dele, a vontade de ouvir: Errei! Volta. Mas, o próprio menino, ria. Os filmes já não o apeteciam e as novelas eram a melhor forma de devanear. Para os tantos planetas, para um além, para uma história com algum final.
Aquele menino cansara de seus começos e, cada vez mais, menos se entendia. Adaptara-se aquela seqüência de fatos corriqueiros que davam graça a vida. O gosto do inesperado, o arrependimento, as lágrimas e os beijos. Nutriu-se disso, por um bom tempo. Mas o seu final jamais viera. E, hoje, assim permanecia.
Engraçado... desde pequeno era assim. As idéias vinham, mas nunca as finalizou. Sempre faltou aquele traço, a última bolacha, o estrear da peça, o ponto final daquela crônica. O menino era feito de histórias sem finais. Contínuo, perdura nas páginas velhas do livro do avô lido ao redor da fogueira para toda família e junto aos piares que desapareciam no frio das montanhas. Até eles tinham seus términos. Mas não a história daquele velho livro.

Lucas G.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Final moído, estória requentada

Vem, um erro nosso.
Dança e traga aquele maço azul.
Finja um orgasmo e
Corre nas veias alergia ao sólido.

Defina, sem palavras
E atue sem alguém ao seu lado -
Consegue?

Uma vez, já te tocaram?
Tocaram?
E foi daquele jeito?
E foi real?
Sentiu a pele do outro?

Longe permaneça.
Não transpasse a derme,
Tenho medo de doenças em meus poros,
Existo apenas dentro daquele vidro.
E eu não posso,
E eu não quero,
E eu não,
Nunca
Não.

Enlouqueça, pois, de inanição,
Bata palmas ao seu teatro,
Ao seu maior engano.
Arrependimento, não bata,
Aquilo é água e
o que sai do repetido movimento:
Apenas pedra moída.

Apenas pedra moída que saiu de você.

Lucas G.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

throw your arms around me/ Pearl Jam

"I will come to you in the daytime
I will climb to your bed
I will kiss you in four places
As I go swimming around on your rear
I will squeeze the life right out of your
I will make you laugh,
I'll make you cry
And you may never forget it

As I make you call my name as a shouter to the blue, summer sky
And we may never meet again
So shed your skin lets get started
And you will throw your arms around me

I will come to you at nightimeI will climb into your bed
I will kiss you in 155 places
As I go swimming around on your rear
I will squeeze the life right out of yourI will make you laugh,

I'll make you cry
And we may never forget it
As I make you call my name as a shouter to the blue, summer sky
And we may never meet again
So shed your skin lets get started
And you will throw your arms around me"