domingo, 30 de novembro de 2008

Sussurro


Palavras e frenesi,
diálogos e muitos pássaros.
De todas as cores e dos tantos
tamanhos.

Os enganos vêm à cabeça,
a valsa antiga, o olhar
durante o sono,
o menino da noite – iminência
libertadora.

E por quantas vezes,
meu reflexo era errante.
Opaco.
E por quantos sonhos,
tapava o ar da noite e dormia,
em solavancos, junto
as minhas palpitações sufocadas.

Palavras que são fáceis dizer,
sentimentos letrados e perseverantes
que só alfabeto habita em seu âmago.
E só.
(Escrever sem saber o que se dizia.)

Porém, como aqueles pássaros,
cada um os enxergava de sua forma. Da forma que queria-se avistar.
Tinha sido isso.
Exatamente isso.

Criação, dormência,
estupidez, amor, insensatez, ingenuidade,
necessidade, carência. Chamem do que quiser.
Mas foram intenções,
pureza e sentir vindos do mais dentro de mim.

Lugares que eu mal avisto, mas
que deram suas caras e
existiram.
Da minha forma, sem outros ouvidos
e outras bocas.
Sem mudanças, sem complexos.
dançando minha música, respeitando meu eu .
Sempre,
e para sempre.

Acreditar na profundidade dos oceanos,
sem jamais ter ido a praia.
Acreditar nas palavras tão bem expressas, se jamais
colocou uma concha em seu ouvido, e
agora junto a isso, pede a outros que abram
o caminho para você.
Um caminho só seu.

Vira as costas com esse novo orgulho, enquanto balbuciam em seu ouvido
a próxima atitude a tomar.
Reprodução e esquecimento,
a vela que se colocou um cálice em cima
Sufocou,
Sufocou,
Sufocou.
No fim , a chama se apagou.

E pensar que isso é tão veemente negado.
Não posso falar, ela se aproxima.
Vá continue seu andar de costas pra praia.
Esqueça o que disse.
Até.
Lucas G.

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