segunda-feira, 24 de novembro de 2008

No sentido contrário


E assim, tudo escureceu.
Um choque oposto
dos milésimos,
em oposição agregada,
e como síntese: Água , muita água.

Chuva brava cai do céu.
Grita junto ao tilintar dos granizos e o vento esmurra a janela de madeira.
Queriam entrar .

Do caos à
facilidade em evitar.
(Dei de ombros.)
Estranho instante e
o som passa a ser ouvido;
era minha música natural
- Engolia.

Sentir toda aquela água,
estar molhado,
o frio.
Não se podia evitar – gritavam meu nome lá fora.

Desligo minha redoma dos tantos fios,
desço as escadas e não vejo.
Meu quintal transbordava pelo temido.
Saio lá fora,
a música aumenta.

Sou tomado pelos braços,
segurado pelas pernas,
não queria e nem podia fugir.
O som ecoava também dentro de mim.

Deito no chão,
sinto o molhar das roupas,
música e pulsões.
Ali,
Trocara meu nome,
minha aparência era outra.
Água , vento, gelo, frio, rio, amargo e doce.
Intransponível, temporário e intermitente.

Sem nome,
Sem jeito,
Sem eu ,
Sem ninguém ,
Pela primeira vez,
Consegui não pensar em nada.


Lucas G.

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