terça-feira, 25 de novembro de 2008

Relíquias Reacesas ( para Nena, minha Celeste)


Muito tempo fazia.
Não as via.
Borboletas em São Paulo há quanto tempo não via.

O abrir e fechar das asas,
Tão lento,
O barulho do fecho,
Uma jóia.

A mente recalcada e
Trespassada,
Tiraram você da memória.

Os momentos lapidados,
As conversas e o gosto
De arroz e feijão.
Tudo tão único e tão seu.

Você, das tantas características,
Do pensamento parecido e das conversas
Madrugada a dentro.

As bolsinhas de cigarro,
O cheiro da pele,
A forma de pentear os cabelos
- meu saudosismo e seus trejeitos.

Cadê as borboletas?
Tão celeste aquele céu desapareceu,
E em seu lugar, turbilhões e efervescência.
Veio o futuro, o vivido e a história.

Veio os arrependimentos,
As maiores felicidades,
Decisões.
Veio o amor.

Queria te dizer,
Quis gritar quando te perdi,
Chamei seu nome,
E só o eco me ouviu.

Chorei
- não pude acreditar –
...
Tinha te perdido, e
Com tantas coisas a dizer.
Eu tive medo.

Mas, hoje, eu vi.
Uma borboleta
Pintada de céu.
O céu tão seu,
E como há muito não fazia,
Olhei para cima,
Bem para cima,
E quase toquei
a estrela mais brilhante.

Celeste - minha borboleta nas fumaças,
Meu vazio intragável,
O antigo risco que sempre cortou o toldo azul,
eu que havia deixado de enxergar.

- era você o tempo todo?
Lucas G.

Nenhum comentário: