quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Valsa um álbum de fotografia


Um empoeirado álbum e escolhas.
Cores dançavam nos soluços e amarguras esvaiam no descontrole.
As memórias, os anseios e os desejos trespassam o virar de papéis frios.


Roxo.
Azul.
Magenta.
Preto.


As voltas dançantes e o encanto da escuridão. A indiferença entre abrir e fechar os olhos, o chamar dos meandros – um véu a par e inebriante.
Sente-se o cheiro das cores. Elas formavam um nome e dali galgava-se...
Transpassava -se...
Sabia-se...


O olho que não vê, acostuma-se a olhar.
Ofusca, mas enxerga. Corrompe, mas ilude. E do que mais o ser humano vive, senão presságios? – a necessidade de sobrecarregar o futuro.


Azul.
Amarelo.
Vermelho.
Verde água.


A alegria que invade, pois se sonha - vibrantes, fortes, porém opacas.
As cores riscam a cara, sangram a pele, sugam.
Extinguem-se a qualquer movimento brusco. Não suportam o pesar das metáforas e nem o odor da ironia.


Criou-se uma valsa de cores nesse virar de páginas. Sentenciou-se a condição do homem pós-moderno nessa vã filosofia relativista.
Assim , as cores jorram, assim ainda se sonha, ainda se dança.
Assim ainda se mata.


Lucas G.

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