
Procuro não pensar,
Mas será que dizer passa?
Como faço parar,
Eu quero que pare?
Tenho medo do tempo,
Da distância,
Não quero crescer.
Escrevo,
Escrevo
E escrevo - não distraio.
Algum outro artifício?
Saio de um ônibus lotado às 18:00, deparo com uma menina morena de pele clara a ler para mais um proprietário da rua.
Mas será que dizer passa?
Como faço parar,
Eu quero que pare?
Tenho medo do tempo,
Da distância,
Não quero crescer.
Escrevo,
Escrevo
E escrevo - não distraio.
Algum outro artifício?
Saio de um ônibus lotado às 18:00, deparo com uma menina morena de pele clara a ler para mais um proprietário da rua.
Lia alto e com vontade, sem medo do toque, do olho no olho ao olho no livro, desinteressava seus trajes, sua face tão marginalizada - e eu com aquele mesmo pensamento.
Amarrotado.
Sufocado.
Enrijecido.
Entorpecente e
Dilacerante.
Amarrotado.
Sufocado.
Enrijecido.
Entorpecente e
Dilacerante.
Devia eu dizer?
Devia eu gritar?
Gritar o que?
Falar a quem?
No mesmo instante que passo pelos dois leitores, escuto uma única sentença.
- “ Apenas um túmulo que sempre está vazio.”
No mesmo instante que passo pelos dois leitores, escuto uma única sentença.
- “ Apenas um túmulo que sempre está vazio.”
Sempre vazio.
A olhar meus passos, penso em escolhas humanas, na incompletude dos homens, na fugacidade e no pesar das decisões fugidias, na irracionalidade. O que eu estava querendo dizer-me?
Mais uma vez, chego em casa , jogo a mala e escrevo.
Lucas G.
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