sábado, 15 de novembro de 2008

De você


Olho de desdém imaculado,
a voz sem estímulos,
o cansaço,
a normalidade - tão induzida.

Desimportância e inverdades.

Ainda se lembra da criança do pega-pega,
dos corruptos da praia da divisa,
das risadas, dos sonhos, de um medo.

Se lembra ainda como se joga água pra cima?
Como se canta em coro ?
Encantaram as luzes do céu...
Um prelúdio.

A vista.
Pele queimada.
Show de rock.
O abraço.
Gritos.

Mas os sinestésicos papéis tiram à fogo
a nostalgia do presente,
o terror do agora.
Deturpam o pesar de uma verdade inconveniente- é fácil .

Andam-se milhas e milhas, e ainda ao longe
um menino corre no campo das letras,
das escolhas perdidas,
do esfacelamento de ilusões.

Fuja .
Corra.
Pule.
Não olhe para trás, mas se
o fizer verá a hipócrita segurança
de um não-esquecimento.
Basta?

O tempo não havia parado.


Lucas G.

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