domingo, 30 de novembro de 2008

Passos



Treme os ângulos,
abala edifícios,
era a voz da cidade.

Passos sorrateiros,
a morte do tempo,
o lanche engordurado.

A antena dos sinais,
os sinais nas mãos
de todos e
todos exalando
sinais.

Cíclico.
A mesma viela,
as mesmas faces,
o dia dia.

Do outro lado,
só as cores dos ônibus
mudam.
Permanência e unicidade.

O detalhe da cara humana
no atravessar da rua.
E nunca mais.

O fim da tarde,
o trânsito,
flanelas no pára-brisa
dos cavalos de rodas.

História,
poemas,
tudo permeia
a mente estática de um
paulistano.

A voz das construções,
a britadeira,
o trabalho
tudo vinha de dentro.
A cidade gritava no abrir
do semáforo e nas veias
do homem urbano.

Lucas G.

Nenhum comentário: