Foi tudo no compasso de um cigarro.
As tragadas adormeciam a inquietude
E as pálpebras se fechavam a cada lampejo
Das luzes natalinas.
Deito. Ardósia gelada. Uma e quarenta cinco da manhã.
Fecho os olhos e sinto a Lua.
Abro-os e pinta o reflexo no vidro,
Como uma estampa intocável,
Como um cheiro de chuva,
Como o acalento do mato.
A cidade cantava em agudos e graves.
As freadas bruscas, as construções, o martelar incessante
E minha música ao fundo.
O cigarro já no filtro. As mãos se abrem e encostam-se à pedra mais fria
- A estrela mais brilhante chama a atenção.
E da noite
E dos sonetos,
Do frio das pedras que seguravam meu corpo,
Da minha música,
E entre freadas e martelos,
Faço um pedido.
Sem voz, sem corpo,
Um pedido cálido e inerente,
Porém feito a estrela mais brilhante.
Lucas G.
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