domingo, 4 de janeiro de 2009

(Auto)Crítica



Talvez , tenha exposto demais.
E a tudo sempre expus-me.
Ao caderno de garranchos,
Vou além.Muito além.
Sou mais do que palavras
Encravadas numa árvore pelo canivete velho.

Sou aquém ,
O cavalheiro mau ouvido,
Os soslaios. Sou uma gota.

Não quero lembranças bonitas,
Chegar ao final de um livro e nada reter.
Fica insoso,
Seca,
Esvai.

Quero poder criticar, mas com estilo.
Quero saber e dizer. Ou melhor: quero gritar.
Se sei, posso fazer isso.
Arrogância seria se dessa estrofe
só verdades existissem.

Sou aquele que sabe e oculta,
Aquele que não diz por receio,
Que se resigna.
Em sonhos, já adormeci em bueiros,
Fui esquecido em páginas,
Travei lutas contra um espelho – vê-se pode?

Encanto com o rebuscamento,
Sou arcaico de espírito jovem.
Busco vagar tanto e sempre.
Na intermitente instabilidade de um ser
Volátil e
Incessante.

Porém as raízes facilmente me encantam.
Admiro quieto,
Utilizo-me das palavras
Quando o pensar machuca a cabeça
E se quer gorfar.
Sou um usuário das letras,
Que para se utilizar deste artifício
Tanto relutou.
Ouve-se muita coisa quando se opta.
Já disse muita coisa perante o adverso.
(Lá vai instabilidade de novo!)

Sou fala e verso,
Sou urro e vago,
Sou letra e sangue.

Agora, neste instante,
De alma purificada por areias tão brancas,
Digo e peço que se tenho ou quero ouvir
Vozes que , antes de qualquer preâmbulo,
Que dentro da sincronia tão única de uma língua,
estas façam o dito respeitoso.

Não gaste a beleza de palavras com seres
Que mal acham o caminho de casa.
Vozes estão longe de escritos,
E ouvidos são leves quanto o vento.


Lucas G.

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