segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O que por você faria

Queria o tanto poder te dizer,
Mas não sou permitido.
A noite, a lua sai, e pela janela imagino.
Imagino o que só, fique aí, pensando.
Pensando o que também só deu-se construindo.

Eu tentei segurar,
Mas pensamentos vão e vem.
Acaba, no final, por uns se acreditando,
Coisa de guri adulto.

Podia e queria, recorte tênue,
Barreira inexata. Brincadeira sem regra e
Um perdedor.

Aceito , lá, os caminhos de uma vida
Iniciada de safanão.
De um jogo ansiado de final, mas de última página faltante.
Aceito, ainda, os possíveis efeitos de uma escolha,
Do dado oco rolando na grama molhada.
Aceito lágrimas como abraços e
Abatimento como diário.
Sorvo em notinhas as angústias,
Finjo elas não existirem,
Ator sem platéia, se lembra?
Paulistano sem causa.

Deixo de ser, faço silêncio, dou um abraço.
Te beijo.
Não deixo vestígio, limpo a coberta, apago meu nome.
Destruo caminhos, refaço desenhos,
Poetando.

Quem sabe cicatriz pequena,
Um corte de faca.
Quem sabe tatuagem de marca pra sempre.
Talvez, a lembrança de um conto bonito.
Queria o todo ter dito,
Mas não posso, gostar de você não me é permitido.

Lucas G.

Nenhum comentário: