domingo, 3 de maio de 2009

Como morfina

Interrogações em todas as sentenças,
Silêncio e agulhas.
Estar apto a falar,
E não pronto a ouvir.
Eu vomitei sem esforço
e a água saiu de seu olho,
Pois, como assim?
Saiu torta rasgando
as marcas de outro tempo.

Uma voz inexistente,
Empobrecida junto às mordidas de um gorduroso lanche de uma praça de alimentação e
Que sem escolha, vociferava engasgando tudo aquilo.
- Não houve escolhas.
Aqueles parasitas,
Incrustados há tanto, hoje,
Foram arrancados a sangue frio e viu-se a dor ao destroçar esperanças,
Idealizações e os opacos
Reflexos.

Único,
-risadas.
Díspar?
Anormal,
- previsível.
Translúcido?
Inebriante,
mais fácil.
Curioso.
Por fim, injustificável,
e assim seria.

Seria aquela pergunta de Clarice?
Talvez, o sabor da lucidez de Hilst?
Foi, hoje, sentido o mau estar de uma sinceridade efêmera.

De ter nascido assim,
E não conseguir virar para o lado e ter belos sonhos
- simplesmente.
Não menti,
Gritei alto em bom som.
Daqui pra frente, o entendido: realidade ganharia outra vertente,
Ainda incerta e traiçoeira, porém oposta a tudo que algum dia aquela barriga enxergou para mim.
Longe das desculpas.
O perdão apenas em não poder ser de outra forma,
Os primeiros ensinamentos fizeram efeito:
Eu jamais poderia mentir.


e a dor da agulha furando a pele
- mais uma vez.

Lucas G.

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