sábado, 30 de maio de 2009

Lapidado de um livro

As mãos não queriam parágrafos,
Estavam prontas para grandes sentenças.
Queriam um carinho,
Cansaram dos parênteses,
Não respeitavam a força das crases.

Aqueles dois corpos
Nem a gramática mais seguiam,
Transitavam intransitivos na
Esfera subordinada das regras dos porquês.

O sentido sumiu conforme as perguntas,
Suaram na definição de local,
Adjetivaram o tempo,
Simplificaram si mesmos,
Engolfaram tantas vírgulas,
Silenciaram o sabor daquela frase de efeito.

Porém se amavam, mas
Segredos assim jaziam
Em sonhos de cobertores enrolados,
Longe tinham de permanecer da semântica,
Arraigando-se nos devaneios de longas reticências e no
Frio e relativo espaço das entrelinhas.

Corpos em chamas e a inexistente não percepção.
Corpos,resguardados dentro de portas distintas?
Quem sabe, corpos afogados na memorável nostalgia?
Corpos que nunca juntos permaneceram,
Mas longe pouco estavam -
O maior adendo na cabeça do jovem menino.
O saudosismo de seu primeiro vazio,
O vazar da primeira saudade,
Nas lágrimas ,
Nas palavras de uma gramática normativa,
Que desistira das normas nessa estória e
Aceitou tudo sempre virar música,
Canto esbaforido,
Um sussurro misturado com um calafrio
de uma gostosa melodia de amor.

Lucas G.

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