domingo, 29 de março de 2009

Clivagens e fortalezas

Aquele discurso pronto já não apetecia mais. As mentiras travadas como resposta para uma guerrilha dos cavaleiros desarmados. Sanguinária e sujeita à possíveis difamações. Quer dizer, assim ainda se pensava.
Um celular que toca ao som das séries de oito digitos passados. O ressonar da história sem preâmbulos, da pauta dos imediatos, do cuspir em resposta ao gosto ruim na boca, o azedo sabor da contextualização. Em suma, de um conto sem final e engolfado em omissões e mentiras. Recorrentes frases de efeito.
O papel que nem rascunha mais, injeções de literatura para um relato sem intempéries, que deu pra se chamar de vida.
Sopros e distúrbios. Caminhos e retórica. Soluços e sexo.
Portas para um preenchimento tão longínquo. Que se faz da música, das palavras, do prazer, do desgosto. Que, hoje, se faz de tudo e de uma festa repleta de individuos transbordando em orgasmo, ninguém se enxerga. Corpos irregulares, massas bestiais circulando entre beijos e danças sensuais.
O susto ao se olhar de fora. Apenas cadeiras vazias, fumaça, copos com marcas de batom e o sax tocando ao fundo. Natureza morta.

Lucas G.

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