terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

We just want the attention por Juliana Xavier

Eu olho pra sua vida e tento achar alguma fresta, nicho ou até quina onde eu possa caber.
Eu olho pra minha vida: examino os espaços que eu deixaria você tomar.
Aí eu cruzo as nossas vidas e a história é exatamente a mesma: escola católica, primeiro beijo, primeiro porre, íris, more than words, gás de isqueiro, kurt cobain, benflogin, primeiro beck frouxo, donnie darko, primeira vez, los hermanos, viagem de formatura, c.r.a.z.y., cursinho, faculdade, estágio e as únicas mudanças palpáveis são duas: agora temos carta, taking risks com o carro da família e admitimos escutar música pop sem grandes problemas. Pra terminar bem o ciclo: madonna, justin timberlake e lady gaga estão sim no seu e no meu ipod.
Eu paro no estágio e nos gostos musicais porque é aonde estamos agora. E mais: eu paro no estágio porque eu não sei se eu aceito essa cartilha pré-fabricada. É como se todos os velhos do mundo virassem pra mim e dissessem que não tem mais surpresa alguma. Tudo bem, pode até ser verdade. Mas eu prefiro acreditar que não.
Você entende?! Eu tenho 1000 kg nas minhas costas. Tenho duas mãos também. E não vai ser o tempo, o acaso, a predestinação ou qualquer explicação patética que tenta ordenar caminhos diferentes que vão conseguir margear o meu pragmatismo – ou eu posso seguir essa cartilha ou eu posso rasgá-la.
Se eu quero passar pela sua vida, que seja pra tirar os seus pés do chão. E se você tem a pretensão de ter algum papel na minha, que seja pra me trazer de volta.

Nenhum comentário: