terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Ponteiros

E no relógio tantas voltas se deram,
que agora,
minha camisa volta suja de sangue.

Nas trincheiras do demasiado,
cantei aquela última estrofe,
lembrei de seu adeus,
senti teu carinho.

E meninos sonham,
acreditam e se arrepiam
entre torres e espadas.
Caem e desfilam entre naipes,
aprendem a sensação de voar,
dançam como nunca depois farão.

Mas o cuco bate incessante.
E, então, se cai e o choro já não é permitido.
Nem mais em sonhos a realidade inexistia,
As torres, em espinhos,
as espadas atravessando peito,
e o vermelho justificando a camisa.

Carinhos saudosos,
retratos vãos de memória infantil.
Cantando ritmo de saudade, os sambas de Nogueira.
Naipes queimados ao chão,
descendo de asa quebrada e fala comprimida,
o declive que se teve de encontrar um fim e
A cor já deixava o estado de mancha.

Lucas Galati

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