quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Infâmia

Cabem a vocês, senhores dos altos palanques, dizer que os guetos se extinguiram?
Que hoje o povo livre canta? Que as tantas mazelas migraram para longe do verde e amarelo?
Que poesias são ditas e as críticas escancaradas?

A vida humana tornou-se anedota nas mãos do aquém,
Uma injeção dos tantos bons modos,
Das maneiras exímias de não viver.

São
- as cores,
Os sabores,
As maneiras,
As vontades,
Os sexos ,
A dança dos simétricos humanos,
Suas mais distintas variações
-Singelas formas de se autodestruir uma civilização ás escuras.

Que sem razão se come,
Que sem pensar degenera,
Apodrece e cai.

A essência recria um árduo pacote
e se responsabiliza pelos tantos pecados.
Aglomera transtornos e
Indiferenças
- reinventa atrocidades.

O tiro perfura a si próprio,
Do corpo estendido uma salsa ritmada ao som
Das arrancadas de areia da criança no final da praia.
A marcação pendulando junto ao esmagar das cabeças de formigas
- entre os últimos espasmos e a face no sangue,
homens e insetos fazem-se eqüidistantes.

E o papel toma as rédeas da sociedade,
E os crápulas tornam-se a razão de um alto Ibope,
E os cinemas são Ipods,
O estereótipo é magro e doentio.

A normalidade almejada nunca deixou a áurea da vaga definição.
Criou-se um diferente em razão aos ensinamentos arcaicos dos sermões paroquiais,
(Nunca houve fragmentação).

O mundo efervesceria quando tudo agisse conforme o conhecer de uma nova pessoa.
Quando voltasse o prazer em não saber,
Em não julgar,
Visando ser .

E só.

Lucas G.

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