terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Dias distantes


Uma roda,
Uma moda,
Um cálido conselho
E mais acordes.

Dois goles de cachaça,
Uma tragada num cigarro de palha
E das estrelas,
ao longe,
um céu.

Do fogo o quente da brasa,
Um graveto cortando o ar
Ao meio e
Risadas interrompidas pelos piares
Dos alados da noite.

Um minuto, uma hora, um mês.
Ali o tempo não surtia efeito,
Era sem nome,
Era sem jeito ,
Era pequeno e visto pelo Sol.

O cheiro do mato,
A seriema num passo vagaroso
No alto da colina,
A lenha,
A rede,
O tempero
Foram minhas pílulas de esquecimento.
Eram drogas, ou talvez antídotos,
Ao paulistano esfacelado.

Sabia que aquilo tudo iria passar,
Mas eu esqueci de minha vida parabólica,
Do meu eu virtual e relacionável.
Eu fui outrem.
E quanto, mais quanto prazer!

Das linhas empoeiradas sabia que o caos
podia ser triplicado, e foi.
Mas eu longe permanecia, de portas fechadas,
Distante e sem justificativas.

Eu sumi por três dias.

Lucas G.

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