quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Meu ladrão, o nunca.

Desse todo tão pequeno,explorei garranchos de alta estatura. Já provei sabores de outras terras, fui atrás daquilo que não conhecia. Longe da alma de aventureiro e léguas das descrições de horóscopo. Sim, sagitariano e só. Do signo, característico apenas minha intransigência. Diria melhor, minha inconstância. No entanto, desde quando astros podem falar de mim.
Não satisfeito, caminho.
Relembrar, sangra
e quando perfura,
sofro. Sozinho.
Nesse caminho, me faço egocêntrico e consciente de meu escudo. Seria esse humano tão enfadonho em falar de seus próprios sentimentos? Seria niilista um jovem colecionador de nostalgias? Afirmo minhas pífias experiências, mas o que poderia eu escrever senão aquilo passado, o que tanto teria pra dizer aos outros senão que amo. Que sofro. E que, de certa forma , aprendi a dizer . Não por respostas, mas perguntando.

Delimitar um começo? A primeira vez que ele me roubou tudo. Ele me roubou o Chico,o Tom e o Vinicius. Ele tirou todo o sabor de minha Clarice e me proibiu de ler Kafka.
Se aponto um final? O dia em que conseguir ter tudo isso de volta.

Crescer é se desconhecer. Cada dia um pouco mais. Deitar em sua cama já com os cabelos todos brancos e não ter resposta alguma. Não saber dizer se foi bom e sentir vontade de começar de novo.
A vida brinca com os sujeitos da vida. Cabe a nós entender que o tempo só finda abaixo da terra e que ser humano será sempre duvidar.
E que o final sempre se deu na palavra nunca.


(texto dedicado a Juliana Yzumida que numa tarde relembrou um lado meu esquecido em asfalto)

Lucas G.

2 comentários:

Flaixer disse...

sim... muito bonito! e o pior-melhor é que 'cê sabe quand'é bonito e por isso coloca aqui. Parabéns!!

(da agulhinha que não machuca: ainda acho que ser intransigente/ inconstante não é característica exclusiva de sagitariano, senão de qualquer pessoa.)

Gustavo Faria disse...

Bem foda o texto! Parabéns