sexta-feira, 25 de junho de 2010

Paulatino

Passado criado
alojando alma morta.
De cuca doída,
se pensava,
achava,
e eram tecidas as melhores obras.

Linearidade,
esmiuçada pela extravagância
e gestos forçados a convencer.
De não começos,
criou-se enfins.
Pois então, se virou.

Para muitos, apenas mais uma vez,
para ele, o cansaço de um dia de trabalho intenso.
Era seguro a não mudança,
o pensar demasiado em mentiras refazia,
e cansado do contrário, recriava o intangível.

Mas dessa vez havia de ser diferente,
sem cheiro,
sem cor,
sem olhos.
Virou espaço,
eco rugindo no fim da sala,
atrás da cabeça,
em sonhos coadjuvantes.

E ele nunca tinha agradecido tanto pela mudança feita,
se não pronta,
a delícia em pronunciar: VAGAROSA - tente!
Era real e ele estava conseguindo.

Pela primeira vez sentia o cansaço do que já tinha sido e entendia o imutável


Lucas G.

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