quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Sem título

E se há arrependimento por intensidade? Jamais recairia culpa por tão nobre façanha. Nobreza, sim. Por vezes, quis muito acreditar em contrários, achar que ainda se entregavam, que casais se permitiam e que dizer: “eu te conheço”, poderia ser algo concreto.
E não por mim. As vezes, penso que nem foi preciso chegar em mim. A descrença era paulatina, chegava nos meus ombros os tantos casos de celulares desligados, de mensagens e e-mails não respondidos. Daquele atravessar de rua, que foi-se visto, mas o não cumprimentar é mais fácil. Talvez, mais digno.
Ninguém se rebaixaria. As ligações alcoólicas tiveram seus tons mudados. Não seriam mais declarações de amor, mas um terreno perfeito para pronunciar o término daquele nada já tão enfadonho. Ainda em forma de ligação, seria eu tão arcaico em achar absurdo?
Acredito que se cansa, mas dói demais desconfiar do existente. Adentro os sentimentos, mas incomoda a chamada cancelada. Rezo antes de dormir, mas já não encontro outras formas de não ser descrente.
Não, simplesmente, descartar sentimentos. Contudo, não farei parte de um ringue, não quero ver no amor uma luta por ego. Pronto! Bandeira branca e logo nos primeiros dois minutos. Serei daqueles que concorda, endossarei a mentira alheia, até se confundir com a verdade.
Darei subsídios, não irei vetar, serei daqueles a dizer, mas nunca ligar. Serei ainda dos tão poucos que não terá medo de afirmar inexperiência, de não arranjar desculpas e ser sincero na primeira possibilidade.
E farei tudo isso. Pois, de fato, arrepender-se por intensidade. Jamais.Disso, apenas orgulho.
Mas lágrimas , não mais, saíram dos olhos por inverdades. Por aquela sensação de criação. Do psicótico, ansiando por novas emoções. De lidar com o prazer , lambuzando a cara, pelo não vivido. O outrem chorando por risadas.
Você tem a alma de poeta. És ingênuo. Nunca foi dito. Foi apenas um tratamento de choque.Tanta criatividade.
E te prometo que nada será feito, além de concordar. E seguir, sem nunca desistir de intensidade alguma. Foi bom, eu vivi, agora durmo, pois já é tarde.

Lucas Galati

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