quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Pedras e Metrópole

Quero dos meus escritos o cheiro de bueiro. Cor de pés encardidos. Quero ver fumaça cinza saindo com o digitar de cada letra.
Desejo os mal dizeres das mesas de bar, o sotaque carregado e mãos gesticulando. Quero ver a descrença se misturando ao ônibus lotado, se perdendo junto a tosse catarrenta da senhora ao meu lado.
Quero afirmar os amores fugazes, as luzes de baladas underground, quero reforçar o peso de um "foda-se".
Dos meus escritos, sair pedaços de cimento, junto ao vômito escorrendo pelos pedregulhos, ainda colados, da Augusta. Quero as cores das roupas das prostitutas, os piercings, tatuagens e mais gírias.
Quero não privar isso do surgir de palavras. Quando imagino sempre reconto. E enfatizando, cuspo minha estória. Por fim... Tudo isso me faz tão bem.

Lucas Galati

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