quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Sem título

Coberto de folha seca. Já não lembrava a última vez. O dourado revezava com as frestas que iniciavam o dia. Não me mexia e só por essa premissa o desejo por movimento era inegável.
Sinto formigas, não as temo. Queria me fazer madeira, queria folha seca, queria não sendo. Aos poucos, sinto os carinhos dos galhos de árvore, sinto a textura do que tudo ali jazia. Pedrinhas, areia, água, picão. Percebo as cores. Muito além dos amarelos e dourados daquelas folhas. Um movimento de mão única, a natureza escondia o intacto. Silenciava o despercebido, dava outra cara ao natural.
Aos poucos, vou desfiando meu movimentar. Numa imprecisão que até as letras evidenciam. Queria meu silenciar e sentir meu corpo respirando natural.

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