terça-feira, 13 de julho de 2010

Sem título

Ainda reli pra ver se realmente estava pronto.
Não somente palavras inexatas de uma estória com tantas vertentes e tão bem contada por muitos. Eximiu-se qualquer tipo de culpa, ou sentimento de ombros arqueados. Reescrevi aquele capítulo em cores de aquarela, que por mais suave que sejam , adentraram fundo. Fizeram rodopiar num ritmo tão desconhecido, que não se delimita onde está e nem o cheiro que tem.
Gostinho de praia, do vento sertanejo, vivo como a cor de gema fresca do ovo preparado pela avó. Sinestesias e lembranças , que remetem ao sempre idealizado.
Fascínio por esse tardio possível. Que renegado, esforçou-se e me fez acreditar que finalmente havia chegado minha vez.Que eu ouvia aquelas palavras e que todas elas eram para mim. De que as promessas não eram vãs. Que a palavra gostar nunca teve tanto significado e um beijo tamanha reciprocidade. Que aquela noite seria sempre lembrada. E que tudo isso me remontava e reluzia em lampejos de sorrisos em frente ao espelho.
Desacreditei ao apagar os sonhos de que , algum dia, alguém viria. Aquelas lágrimas marcaram minha face e achei que não sairia da cama. Uma vida que se fez sem sentido e por pífia razão, por brincadeira de menino.
Não descrevo ainda o que é acordar e ver que existe e está ao seu lado.
E eu gosto tanto.Palavras me faltam...


Meu livro ganhou outro final.

Lucas G.

2 comentários:

Joakim Antonio disse...

E a cada vez recontada, pode ter o mesmo tero, mas sempre outro final.

Abraços

Lucas Galati disse...

Daí se faz a preciosidade de instantes,
de uma boa música,
da velha fotografia guardada no fundo do armário ...
adorei o comentário,
espero vê-lo mais vezes...