terça-feira, 21 de abril de 2009

Empírico

Quando a escrita me falha, salta o nó na garganta e os venenos liláceos ocupam a atenção. Em resposta, talvez, a uma estúpida beleza. A ingenuidade? Melhor, a fugacidade de passos de areia. De passos na areia.
Abrir mão do trânsito dos desconhecidos, para pupilas nos cantos dos olhos. Grandes e retorcidas.
Adentro o silêncio, desnudo em espasmos , desenho pontilhado, mas dessa vez a tesoura já não reconhece direções e, em ziguezagues, desfaz-se o traçado pré estabelecido.

Vulgarizo aquilo que não sei.
Evidencio confiança dos poros.
Pareço, assemelho e esvaio.
Em goles secos,
Na demagogia de uma vida vã, em que bocejos pausam sentenças e metamorfoses demonizam o que já foi. O saudoso envelhecido, o que se era, o que se foi.

Lascivo, o corte rente da unha pelo dente poroso – decorrência do bruxismo.
Emerge, o azedo do primeiro dia da semana e o redundante ciclo social.
Alegra, o bater despercebido de dentro e a sensação de completude. Certa e fosca.
Agride, a distância e a incerteza de estar sangrando em cortes fundos ou cicatrizando aqueles antigos.E nada se pode fazer. Não se olha para trás, pois já foi dito. Exposto e entendido.

Pois se entendido, explícito.
-Ordinário vivido -
Se entendido,
conclusivo.
E crível.

Eu nunca estive tão feliz e tão pequeno.

Lucas G.

Nenhum comentário: